quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Crianças com distúrbios do labirinto
têm comprometimento cognitivo e isolamento social

                                                                                                                 No mês em que se comemora o Dia das Crianças, o Ambulatório de Vertigem da Infância do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP,  chama a atenção para os problemas de tontura ou desequilíbrio, provocados por distúrbios do labirinto,  que acometem  crianças e podem desencadear comprometimento cognitivo e isolamento social.

Segundo o otorrinolaringologista Ítalo Medeiros, chefe do ambulatório, a criança com distúrbios do labirinto tem baixo rendimento escolar, se queixa de dor de cabeça, tem dificuldades de brincar com outras crianças, vomita com facilidade ao andar de carro, tem alterações no sono (tipo terrores noturnos) e até faz xixi na cama porque não consegue levantar à noite para ir ao banheiro, com medo da tontura.

No Brasil não há dados a respeito da incidência da doença. Na maioria dos casos, o distúrbio é subestimado pelos médicos pela dificuldade de diagnóstico, sendo atribuídos os problemas a distúrbios neurológicos ou psicológicos, explica o médico.

 A família também não costuma levar a sério as queixas da criança, principalmente quando ela é muita pequena e não consegue se expressar. Muitos acham que é “frescura” outros tratam a criança como distraída ou tonta porque o desequilíbrio faz com que ela esbarre com facilidade nas coisas.

HC trata doença com exercícios
No Hospital das Clínicas o tratamento, na maioria dos casos, é feito por meio de   exercícios que estimulam a visão, o sistema osteomúsculo articular (pescoço e membros) e o labirinto. São atividades repetitivas de olhos, cabeça, fixação do olhar e marcha, indicadas duas vezes ao dia, com freqüência de 10 vezes cada um, durante um período de dois a três meses.

 
“A terapia é lúdica, é inofensiva e a criança aceita o tratamento como se fosse uma brincadeira: a brincadeira de se equilibrar”, explica Ítalo Medeiros. 

Outra vantagem é que a terapêutica isenta a criança de tomar medicamentos, com sérios efeitos colaterais, como sonolência e diminuição de atenção,  indesejáveis nesse período crítico da formação intelectual dos pequenos.
Primeiro a criança passa por uma avaliação e por exames otoneurológicos,  incluindo a eletronistagmografia: teste que estimula o labirinto com jatos de água morna e fria no ouvido. Confirmada a patologia, a criança é ensinada a executar os exercícios.

A resposta ao tratamento é certificada com a Postugrafia Dinâmica Computadorizada – PDC – exame utilizado para avaliação quantitativa geral do equilíbrio. O aparelho fornece  informações sobre a integração dos sistemas labiríntico, visual e somatossensorial. As respostas são captadas por uma plataforma equipada de sensores de pressão e registradas por um sistema computadorizado.

Assessoria de Imprensa – CCI
Instituto Central do HC
Bete Subires